quarta-feira, 24 de abril de 2013


Celebrar o 3º Milénio em ambiente de Catequese

1.º Coração – A Família

O coração é formado com fotos que as crianças trazem, cada uma foto da sua família.
Sob o coração com as fotos das famílias das crianças colocam-se uma foto da Família Paroquial ou um Globo terrestre representando a Família Humana. Esta imagem representa o fim último da família: a santificação individual e comunitária.

2.º Coração – O ambiente

O coração é formado com detritos poluentes trazidos pelas crianças, do tipo latas de refrigerantes.
Sob o coração dos detritos coloca-se um vaso, que não precisa ser alto, mas com a maior área de terra possível onde se colocam sementes: alpista, por exemplo. Este coração representa a resposta possível e necessária à destruição ambiental.

3.º Coração – O Progresso

O coração é formado com símbolos do progresso. Uma primeira hipótese será com imagens relativas à tecnologia, sendo de progresso, como uma máquina de fazer TACs, ou de tecnologia não relacionada com o progresso, como armas. Uma segunda hipótese é fazer o coração a partir de peças relacionadas com a tecnologia ou o progresso: chips, ratos de computador, mini calculadoras electrónicas, cartões magnéticos, etc.
Sob este coração coloca-se uma fita de papel recortada de maneira a representar crianças de mãos dadas, significando que a evolução técnica e científica só faz sentido e só representa progresso quando está ao serviço das pessoas, subordinada à solidariedade, ao amor e à amizade.

4.º Coração – A Caridade

O coração é formado pequenos corações recortados em cartolina pelas crianças. De cores diferentes espelhando as diferenças específicas de cada pessoa, ou todos vermelhos, cor do sangue e do coração, cor do Espírito Santo, do seu fogo e do seu amor.
Sob este coração ficará muito bonito uma bela imagem do Sagrado Coração de Jesus, como cabeça da Igreja formada por nós: o coração de Jesus e os nossos. Em alternativa ao Sagrado Coração de Jesus pode colocar-se este mesmo coração a par do Imaculado Coração de Maria.

5.º Coração – O Tempo

As crianças são convidadas a escrever num cartão a actividade em que mais gastam tempo, ou a actividade em que mais gostam de passar tempo. Não aquela em que julgam mais útil gastar tempo, à frente se explica porquê. Com estes cartões das crianças construi-se o coração.
Sob este coração coloca-se um símbolo da oração. Este símbolo pode ser mesmo a palavra oração. Não deve ser uma terço, por dar uma imagem muito restrita da oração: dirigida apenas através de Maria. Não julgamos conveniente que seja solicitada à criança que escreva no cartão aquilo em que acha útil gastar mais tempo, porque isso a poderá levar a uma escolha mais moralista e menos de acordo com a realidade, porque poderá responder oração e perder-se o efeito do contraste entre aquilo em que nós gastamos o nosso tempo e aquilo em que seria útil gastá-lo; por último, para não se exprimir uma crítica ao pensar da criança, e a expressão Oração não venha a constituir uma crítica à criança, em vez de uma estímulo a uma prática e a uma utilização do Tempo, de acordo com o projecto de Deus.

6.º Coração – A Missão

Este coração é formado por cartões em que as crianças escreveram actos de missão. Podem adoptar-se diversos critérios: os factos realizados pelos próprios, ou factos de que eles tenham conhecimento, mesmo que praticados por outras pessoas, desde que as conheçam pessoalmente ( se não as conhecem, mas ouviram falar ou viram na televisão, pode-se cair na confusão que por vezes existe entre realidade e ficção, vindo a serem referidas situações de filmes ou de desenhos animados, por exemplo)
Sob este coração coloca-se um tijolo.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Portugal à frente de tudo?
O Patriarca afirma que todos devem pôr Portugal à frente de tudo. Discordo como cidadão e como católico. À frente de tudo deve ser colocada a Verdade.


sábado, 20 de abril de 2013


Eleva-se na Igreja um clamor, muito leve ainda, acerca da exposição despropositada a que a própria Igreja se está actualmente a submeter. Ao mesmo tempo, pessoas que nada têm a ver com a Igreja, antes pelo contrário, políticos e formadores de opinião pública, aplaudem sem restrições Sua Santidade o Papa Francisco.

A pessoas que seguem na linha de Mário Soares e que não se consideram membros da Igreja, o assunto não diz respeito, mas espera-as uma grande decepção quando o nosso Papa começar a ensinar sobre a Moral.
Sobre a exposição da Igreja e do Papa, respondeu hoje o próprio Papa e responde-nos a Sagrada Escritura.


Papa Francisco: "Cristãos mornos" são aqueles que vivem segundo os seus critérios de prudência mundana



“Cristãos mornos são aqueles que querem construir uma igreja na própria medida, mas esta não é a Igreja de Jesus”. Foi o que afirmou o Papa Francisco durante a Missa celebrada na Capela da Casa Santa Marta na manhã deste sábado. Estavam presentes os voluntários do Dispensário Pediátrico ‘Santa Marta’, no Vaticano, confiado às Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, que há 90 anos trabalham com crianças e famílias necessitadas de Roma, sem distinção de religião ou nacionalidade. Ao lado do Papa, como acólitos estiveram duas crianças.
Refletindo sobre a leitura dos Atos dos Apóstolos, Papa Francisco disse que “a primeira comunidade cristã, depois da perseguição, vive um momento de paz, se consolida, caminha e cresce ‘no temor do Senhor e com a força do Espírito Santo". "E é nesta atmosfera que respira e vive a Igreja, chamada a caminhar na presença de Deus e de modo irrepreensível." E acrescentou:
“É um estilo da Igreja. Caminhar no temor do Senhor é um pouco o sentido da adoração, da presença de Deus, não? A Igreja caminha assim e quando estamos na presença de Deus não fazemos coisas erradas e nem tomamos decisões erradas. Estamos diante de Deus. Também com a alegria e a felicidade: esta é a força do Espírito Santo, isto é o dom que o Senhor nos deu – esta força – que nos faz andar em frente”.
No Evangelho proposto pela liturgia de hoje, muitos discípulos acham muito dura a linguagem de Jesus, murmuram, escandalizam-se e, por fim, abandonam o mestre.
“Estes afastaram-se, foram embora, porque diziam ‘este homem é um pouco estranho, diz coisas que são muito duras e não podemos com isto….É um risco muito grande seguir este caminho. Temos bom senso, não é mesmo? Andemos um pouco atrás e não tão próximos a ele’. Estes, talvez, tivessem alguma admiração por Jesus, mas um pouco de longe: não queriam se misturar muito com este homem, porque ele diz coisas um pouco estranhas...”.
“Estes cristãos – recordou Papa Francisco - não se consolidam na Igreja, não caminham na presença de Deus, não tem a força do Espírito Santo, não fazem crescer a Igreja:"
“São cristãos de bom senso somente isto. Tomam distância. Cristãos, por assim dizer, ‘satélites’, que tem uma pequena Igreja, na sua própria medida. Para usar as mesmas palavras que Jesus usou no Apocalipse, ‘cristãos mornos’. Esta coisa morna que acontece na Igreja….Caminham somente na presença do próprio bom-senso, do senso comum...aquela prudência mundana: esta é uma tentação justo da prudência mundana”.
Na homilia, Papa Francisco recorda os tantos cristãos “que neste momento dão testemunho, em nome de Jesus, até ao martírio”. "Estes – afirma – não são cristãos satélites, porque vão com Jesus, no caminho de Jesus":
“Estes sabem perfeitamente aquilo que Pedro disse ao Senhor, quando o Senhor lhe faz a pergunta: ‘Também vocês querem ir embora, serem ‘cristãos satélites’? Responde-lhe Simão Pedro: ‘Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna’. Assim, um grupo grande se torna um grupo um pouco menor, mas daqueles que sabem perfeitamente que não podem ir a outro lugar, porque somente Ele, o Senhor, tem palavras de vida eterna”.
O Papa concluiu a sua reflexão com esta oração:
“Oremos pela Igreja, para que continue a crescer, a consolidar-se, a caminhar no temor de Deus e com a força do Espírito Santo. Que o Senhor nos liberte da tentação daquele ‘bom senso’, da tentação de murmurar contra Jesus, porque Ele é muito exigente e, da tentação do escândalo. E assim por diante...”.



Lucas 12, 2-3

Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada oculto que não venha a ser conhecido. Pelo contrário, tudo o que tiverdes feito na escuridão será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados».
    
Lucas 11, 33

«Ninguém acende uma lâmpada para a colocar em lugar escondido ou debaixo de uma vasilha, mas para a colocar no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz.

Lucas 8, 17

De facto, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto.  

Marcos 4, 21-23

Jesus continuou: «Quem é que traz uma lâmpada para a colocar debaixo de uma vasilha ou debaixo da cama? Não a coloca no velador? Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto, e tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça».

Mateus 10, 26-28

«Não tenhais medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido. O que vos digo na escuridão, repeti-o à luz do dia, e o que escutais em segredo, proclamai-o sobre os telhados. Não tenhais medo daqueles que matam o corpo mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tende medo
d'Aquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno!

João 18, 20-24

E Jesus respondeu: «Eu falei abertamente ao mundo. Eu sempre ensinei nas sinagogas e no
Templo, onde todos os judeus se reúnem. Não disse nada em segredo. Porque Me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que Eu lhes disse. Eles sabem o que Eu disse». Quando Jesus disse isto, um dos guardas que ali estava deu uma bofetada em Jesus e disse: «É assim que espondes ao sumo sacerdote?»
Jesus respondeu: «Se falei mal, mostra o que há de mal. Mas se falei bem, porque Me bates?» Então Anás mandou Jesus, amarrado, ao sumo sacerdote Caifás.
     

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Pueros Baptizatos

Em 1973, o Papa Paulo VI, dava mais uma vez continuidade ao Concílio Vaticano II, com a publicação de um Directório para a Missa com a Participação de Crianças, Pueros Baptizatos (com crianças baptizadas), em latim.

Tanto quanto sabemos este Directório não foi revogado e está em vigor. 

Porém não o conseguimos encontrar nas livrarias, embora tenha sido publicado e utilizado em Portugal após ter sido dado pelo Santa Papa à Igreja. Na Internet conseguimos encontrar algumas versões brasileiras e noutras línguas, mas não em português. 

Este documento é um instrumento fundamental no trabalho de Catekese, e Liturgia que os catekistas e outros ministros e agentes de pastoral realizam com as crianças e, por isso, deve ser divulgado o mais amplamente possível, entre estas pessoas. Por isso o publicamos aqui.





DIRECTÓRIO

PARA MISSAS COM CRIANÇAS INTRODUÇÃO

Pueros Baptizatos



      1. A Igreja deve, de modo especial, cuidar das crianças batizadas, cuja iniciação deve ainda ser completada pelos sacramentos da confirmação e da eucaristia, bem como das recém admitidas na sagrada comunhão. Hoje, as circunstâncias em que se desenvolvem as crianças, pouco favorecem ao seu progresso espiritual. Além disso, os pais, com frequência, deixam de cumprir as obrigações da educação cristã, contraídas no batismo de seus filhos.
       2. Quanto à formação das crianças na Igreja, surge uma dificuldade especial pelo facto de as celebrações litúrgicas, principalmente as eucarísticas, não poderem exercer nelas a sua força pedagógica inata. Embora já seja lícito, na missa, fazer uso da língua materna, contudo as palavras e os sinais não estão suficientemente adaptados à capacidade das crianças.
      Na realidade as crianças, na sua vida cotidiana, nem sempre compreendem tudo o que experimentam na convivência com os adultos, sem que isto lhes ocasione algum tédio. Por esse motivo, não se pode pretender que na liturgia todos e cada um de seus elementos lhes sejam compreensíveis. Poder-se-ia, entretanto, causar às crianças um dano espiritual se, repetidamente e durante anos, elas não compreendessem quase nada das celebrações; pois recentemente a psicologia moderna comprovou quão profundamente podem as crianças viver a experiência religiosa, desde sua primeira infância, graças à especial inclinação religiosa de que gozam.
     3. A Igreja, seguindo o seu Mestre, que, "abraçando... abençoava" os pequeninos (Mc 10,16), não pode abandonar as crianças nesta situação, entregues a si mesmas. Por este motivo, imediatamente após o Concílio Vaticano II, que já na Constituição sobre a Sagrada Liturgia falara sobre a necessidade de uma adaptação da liturgia para os diversos grupos, sobretudo no primeiro Sínodo dos Bispos, realizado em Roma no ano de 1967 começou a considerar, com maior empenho, como as crianças poderiam participar mais facilmente na liturgia.
    Naquela ocasião, o presidente do Conselho Executor da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, utilizando palavras bem claras, disse que não se tratava, na verdade, de "elaborar um rito inteiramente especial, mas de consertar, abreviar ou omitir alguns elementos, ou de seleccionar alguns textos mais adequados".
     4. Depois de a Instrução Geral do Missal Romano restaurado, publicada em 1969, ter resolvido tudo em relação à celebração eucarística com o povo, esta Congregação, após considerar os frequentes pedidos provenientes de todo o mundo católico, começou a preparar um Directório próprio para as missas com crianças como suplemento desta Instrução, com a colaboração de homens e mulheres peritos de quase todas as nações.
  5. Este Directório, bem como a Instrução Geral, reservou certas adaptações às Conferências dos Bispos ou a cada Bispo em particular.
   As próprias Conferências devem propor à Sé Apostólica, para que sejam introduzidas com o seu consentimento, conforme o artigo 40 da Constituição da Sagrada Liturgia, as adaptações que julgarem necessárias à missa para crianças segundo o seu parecer, visto que elas não podem constar de Directório geral.
  6. O Directório visa as crianças que ainda não atingiram a idade chamada de pré-adolescência. De per si, não se refere às crianças com impedimentos físicos ou mentais, posto que para elas se requer geralmente uma adaptação mais profundas; contudo, as normas seguintes podem aplicar-se também a elas, com as devidas acomodações.
  7. No primeiro capítulo do Directório (números 8 a 15) estabelece-se como que o fundamento, onde se discorre sobre o variado encaminhamento das crianças para a liturgia eucarística; o outro capítulo trata brevemente do caso de missas com adultos (números 16 e 17) nas quais as crianças também participam; finalmente o terceiro capítulo (números 20 a 54) versa mais pormenorizadamente sobre as missas para crianças, nas quais participam apenas alguns adultos.

CAPÍTULO I
EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS PARA A CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

        8. Como não se pode cogitar de uma vida plenamente cristã sem a participação nas acções litúrgicas, em que, reunidos, os fiéis celebram o mistério pascal, a iniciação religiosa das crianças não pode ficar alheia a esta finalidade.
         A Igreja, ao baptizar as crianças e confiante nos dons inerentes a este sacramento, deve cuidar que os baptizados cresçam em comunhão com Cristo e seus irmãos, cujo sinal, e penhor é a participação na mesa eucarística, para a qual as crianças serão preparadas ou em cuja significação mais profundamente introduzidas. Esta formação litúrgica e eucarística não pode desvincular-se de sua educação geral tanto humana quanto cristã; e até seria nocivo se a formação litúrgica carecesse de tal fundamento.
         9. Portanto, os que têm a seu cargo a educação das crianças, devem envidar todos os esforços para conseguirem tal empenho, a fim de que elas, embora já conscientes de um certo sentido de Deus e das coisas divinas, experimentem, segundo a idade e o progresso pessoal, os valores humanos inseridos na celebração eucarística, tais como: acção comunitária, acolhimento, capacidade de ouvir, bem como a de pedir e dar perdão, acção de graças, percepção das acções simbólicas, da convivência fraterna e da celebração festiva.
         É próprio da catequese eucarística, conforme o n° 12, actualizar tais valores humanos de tal modo que as crianças gradualmente abram o espírito, segundo sua idade, condições psicológicas e sociais, para perceber os valores cristãos e celebrar o mistério do Cristo.
         10. A família cristã desempenha papel principal na transmissão destes valores humanos e cristãos. Por este motivo a formação cristã que se oferece aos pais, ou a outras pessoas encarregadas da educação, deve ser bem aprimorada também levando-se em conta a formação litúrgica das crianças.
         Pela consciência do dever livremente aceite no baptismo dos seus filhos, os pais são obrigados a ensinar-lhes gradualmente a orar, rezando diariamente com eles e procurando fazer com que rezem sozinhos. Se as crianças, assim preparadas desde tenra idade, participam da missa com a família, todas as vezes que o desejarem, mais facilmente começarão a cantar e a rezar na comunidade litúrgica e até, de alguma maneira, poderão pressentir o mistério eucarístico.
         Encontrando-se os pais arrefecidos na fé, se assim mesmo desejarem a instrução cristã dos filhos, pelo menos que eles sejam convidados a partilhar com as crianças os valores humanos atrás referidos e, dada a ocasião, a tomar parte tanto nas reuniões de pais como nas celebrações não-eucarísticas que se fazem com as crianças.
         11. As comunidades cristãs, a que pertence cada uma das famílias ou em que vivem as crianças, têm um dever a cumprir para com as crianças baptizadas na Igreja.
         A comunidade cristã, apresentando o testemunho do Evangelho, vivendo a caridade fraterna, celebrando activamente os mistérios do Cristo, é óptima escola de instrução cristã e litúrgica para as crianças que nela vivem.
         No seio da comunidade cristã, os padrinhos ou qualquer pessoa zelosa que colabore na educação cristã, movida pelo ardor apostólico, pode proporcionar às famílias um grande auxílio para catequizar devidamente as crianças.
         Particularmente os jardins de infância, as escolas católicas, assim como vários outros grupos de crianças prestam-se para estes mesmos fins.
         12. Embora a própria liturgia, por si mesma, já ofereça às crianças amplo ensinamento, a catequese da missa merece um lugar de destaque dentro da instrução catequética, tanto escolar como paroquial, conduzindo-as a uma participação activa, consciente e genuína. Esta catequese, "bem adaptada à idade e à capacidade das crianças, deve tender a que conheçam o significado da missa por meio dos ritos principais e pelas orações, inclusive o que diz respeito à participação da vida da Igreja''; isto refere-se, principalmente, aos textos da própria Oração Eucarística e às aclamações, através das quais as crianças nela participam.
         Digna de especial menção é a catequese pela qual as crianças são preparadas para a primeira comunhão. Nesta preparação deverão aprender não só as verdades de fé sobre a Eucaristia  mas também como poderão nela participar activamente com o povo de Deus, plenamente inseridas no corpo de Cristo, tomando parte na mesa do Senhor e na comunidade dos irmãos, depois de serem preparadas pela penitência de acordo com a sua capacidade.
         13. Celebrações de várias espécies também podem desempenhar um papel na formação litúrgica das crianças e na sua preparação para a vida litúrgica da Igreja. Por força da própria celebração, as crianças percebem, mais facilmente, certos elementos litúrgicos, como a saudação, o silêncio, o louvor comunitário, sobretudo se for cantado. Cuide-se, todavia, que estas celebrações não se revistam de uma índole demasiadamente didáctica.
         14. A Palavra de Deus deve ocupar cada vez mais um lugar de destaque nestas celebrações, sempre adaptadas à capacidade das crianças. E ainda mais, segundo a capacidade espiritual, mais frequentemente façam-se com elas as sagradas celebrações propriamente ditas da Palavra de Deus, principalmente no tempo do advento e da quaresma. Estas celebrações, com as crianças, podem favorecer em grande escala o interesse pela Palavra de Deus.
         15. Toda formação litúrgico-eucarística, feitas as devidas ressalvas, deve ser sempre orientada para que a vida das crianças corresponda cada vez mais ao Evangelho.

CAPÍTULO II

MISSAS DE ADULTOS, NAS QUAIS TAMBÉM
AS CRIANÇAS PARTICIPAM

         16. Em muitos lugares, principalmente aos domingos e nos dias de festa, celebram-se missas paroquiais em que não poucas crianças participam juntamente com grande número de adultos. Nestas ocasiões, o testemunho dos fiéis adultos pode ter grande efeito junto delas. Mas também eles recebem um proveito espiritual ao perceber, em tais celebrações, o papel que as crianças desempenham na comunidade cristã. Se nestas missas participam as crianças juntamente com os seus pais e outros parentes, fomenta-se de grande modo o espírito cristão da família.
         As próprias criancinhas, que não podem ou não querem participar na missa, podem ser apresentadas no final da mesma para receber a bênção juntamente com a comunidade, depois de, por exemplo, algumas pessoas auxiliares da paróquia as terem entretido durante a missa, em lugar separado.
         17. Entretanto, nas missas deste género, deve precaver-se cuidadosamente que as crianças não se sintam esquecidas em virtude da incapacidade de participar e entender aquilo que se realiza e proclama na celebração. Leve-se, pois, em consideração a sua presença, por exemplo, dirigindo-se a elas com certas monições apropriadas no começo e no final da missa, em alguma parte da homilia, etc.
         Mais ainda, de vez em quando, se o permitirem as circunstancias do lugar e das pessoas, pode ser conveniente celebrar com as crianças a Liturgia da Palavra com a sua homilia, em lugar separado, mas não distante demais, e logo ao iniciar-se a Liturgia Eucarística, sejam reunidas aos adultos, no lugar onde estes celebraram a Liturgia da Palavra.
         18. Pode ser de grande utilidade confiar às crianças alguns ofícios nestas missas, como, por exemplo, levar as oferendas, executar um ou dois cantos da missa.
         19. Algumas vezes, se são muitas as crianças que participam nestas missas, convirá organizá-las de forma mais adequada a elas. Neste caso a homilia será dirigida a elas, porém de forma que seja também proveitosa para os adultos. Além das adaptações previstas no ordinário da missa, podem-se também introduzir nas missas para adultos, com a participação também das crianças, algumas das que se indicarão no capítulo seguinte, se o Bispo permitir.

CAPÍTULO III

MISSAS DE CRIANÇAS, NAS QUAIS SOMENTE
ALGUNS ADULTOS PARTICIPAM

   20. Além das missas em que tomam parte as crianças juntamente com os seus pais e alguns familiares, e que nem sempre e nem em qualquer lugar podem ser realizadas, recomendam-se, sobretudo durante a semana, celebrações de missas somente para crianças, com a participação apenas de alguns adultos. Desde o início da restauração litúrgica, viu-se a necessidade de adaptações especiais para estas missas, de que se falará mais à frente e de forma geral.
 21. Deve ter-se sempre presente que tais celebrações eucarísticas devem encaminhar as crianças para as missas de adultos, principalmente para a missa dominical, que reúne toda a comunidade cristã. Portanto, além das adaptações necessárias por causa da idade dos participantes, não se pode chegar a ritos completamente especiais que demasiadamente difiram do ordinário da missa celebrada com o povo. A finalidade de cada um dos elementos deve corresponder ao que se determina sobre eles na Instrução Geral do Missal Romano, ainda que alguma vez, por razões pastorais, não se possa conservar sua igualdade absoluta.

             OFÍCIOS E MINISTÉRIOS DA CELEBRAÇÃO
 22. Os princípios da participação activa e consciente valem, de certa maneira, "a fortiori", se as missas são celebradas com crianças. Portanto, tudo se faça para fomentar e tornar mais viva e profunda esta participação. Para este fim, confiem-se ao maior número de crianças, ofícios especiais na celebração, tais como: preparar o lugar e o altar (cf. nº. 29), assumir o ofício de cantor (cf. nº. 24), cantar no coro, tocar algum instrumento  musical  (cf. nº. 32), proclamar as leituras (cf. nº. 24 e 47), responder durante a homilia (cf. nº. 48), recitar as intenções da oração dos fiéis, levar as oferendas para o altar, e outras acções semelhantes segundo os costumes dos diversos povos (cf. nº. 34).
 Certas adições podem favorecer, algumas vezes, a participação, como por exemplo: explicar as motivações para a acção de graças antes de o sacerdote iniciar o diálogo do Prefácio. Em tudo isto, leve-se em conta que as acções externas podem tornar-se infrutuosas, e até chegar a ser nocivas, se não favorecerem a participação interna das crianças. Por isso o sagrado silêncio também tem a sua importância nas missas para crianças (cf. nº 37). Atenda-se, com grande cuidado, a que as crianças não se esqueçam de que todas estas formas de participação têm seu ponto mais alto na comunhão eucarística, na qual o corpo e o sangue de Cristo são recebidos como alimento espiritual.
 23. O sacerdote que celebra a missa com as crianças esmere-se de todo o coração para fazer uma celebração festiva, fraterna e favorável à meditação; pois, mais que nas missas com adultos, estas disposições dependem da forma de celebrar do sacerdote, de sua preparação pessoal e mesmo de sua forma de actuar e de falar. Sobretudo, atenda à dignidade, clareza e simplicidade dos gestos. Ao falar às crianças procurará expressar-se de tal maneira que o entendam facilmente, evitando, porém, expressões demasiadamente pueris.
 As monições facultativas hão-de conduzir as crianças a uma participação litúrgica autêntica e não se tornarem explicações meramente didácticas.
 Para mover os corações das crianças, ajudará muito se o sacerdote empregar as suas palavras nas monições, por exemplo, do acto penitencial, antes das orações sobre as oferendas, ao Pai nosso, ao dar a paz, ou ao distribuir a comunhão.
24. Como a Eucaristia é sempre uma acção de toda a comunidade eclesial, convém que participem na missa também alguns adultos, não como vigias, mas orando com as crianças e para lhes prestar a ajuda que seja necessária.
Nada impede que um dos adultos que participam da missa com as crianças, lhes dirija a palavra após o Evangelho, com a aprovação do pároco ou do reitor da Igreja, sobretudo se ao sacerdote se torna difícil adaptar-se à mentalidade das crianças. Sigam-se, neste assunto, as normas da Sagrada Congregação para o Clero. 
Também nas missas com as crianças se deve fomentar a diversidade de ministérios, a fim de que a celebração evidencie sua índole comunitária. Os leitores e os cantores, por exemplo, podem ser escolhidos dentre as crianças ou os adultos. Deste modo, pela variedade de vozes, evitar-se-á também a monotonia.

 LUGAR E TEMPO DA CELEBRAÇÃO
 25. A igreja é o lugar principal para a celebração eucarística com as crianças, porém, escolha-se nela um lugar à parte, se for possível, no qual as crianças, segundo o seu número, possam actuar com liberdade, de acordo com as exigências de uma liturgia viva e adequada à sua idade.
 Se a igreja não corresponde a estas exigências, será preferível celebrar a Eucaristia com as crianças noutro lugar que seja digno e apto para a celebração.
26. Para as missas com as crianças, escolha-se o dia e a hora mais conveniente, segundo as circunstâncias em que vivem, de modo que estejam nas melhores condições para escutar a Palavra de Deus e para celebrar a Eucaristia.
27. Durante a semana, as crianças podem participar com maior proveito e menor risco de aborrecimento na celebração da missa, se não se celebra todos os dias (por exemplo, nos internatos); além disso, havendo mais tempo entre uma celebração e outra, pode preparar-se melhor.
Nos demais dias, é preferível uma oração em comum, em que as crianças podem participar com mais espontaneidade, ou uma meditação comunitária, ou uma celebração da Palavra de Deus que prolongue as celebrações eucarísticas anteriores e prepare para celebrar mais profundamente as seguintes.
28. Quando é muito grande o número das crianças que celebram a Eucaristia  torna-se mais difícil uma participação atenta e consciente. Por isso, podem estabelecer-se vários grupos, não estritamente segundo a idade, mas levando-se em conta seu nível de formação religiosa e sua preparação catequética.
Durante a semana, será oportuno convidar os diversos grupos, em dias distintos, para a celebração do sacrifício da missa.

PREPARAÇÃO DA CELEBRAÇÃO
29. Toda celebração eucarística com crianças, principalmente no que se refere às orações, cantos, leituras e intenção da prece dos fiéis, deve ser preparada a tempo e com diligência, em diálogo com os adultos e com as crianças que vão exercer algum ministério na celebração. Convém dar às crianças uma participação directa na preparação e ornamentação, tanto do lugar da celebração como dos objectos necessários, tais como o cálice, a patena, as galhetas, etc.
Tudo isto contribui para fomentar o sentido comunitário da celebração, sem, contudo, dispensar uma justa participação interna.

MÚSICA E CANTO
30. O canto, de grande importância em todas as celebrações, sê-lo-á mais ainda nas missas celebradas com as crianças, dado o seu peculiar gosto pela música. Portanto, deve-se fomentá-lo por todas as formas, levando-se em conta a índole de cada povo e as aptidões das crianças presentes.
Sempre que possível, as aclamações, especialmente as que pertencem à Oração Eucarística, de preferência sejam cantadas pelas crianças; caso contrário, sejam recitadas.
31. Para facilitar a participação das crianças no canto do "Glória", "Creio", "Santo" e "Cordeiro de Deus", é lícito adoptar as composições musicais apropriadas com versões populares aceites pela autoridade competente, ainda que literalmente não estejam de acordo com o texto litúrgico.
32. Também nas missas para crianças, "os instrumentos musicais podem ser de grande utilidade", principalmente se tocados pelas próprias crianças. Eles contribuem para sustentar o canto ou para nutrir a meditação das crianças; ao mesmo tempo exprimem, à sua maneira, a alegria festiva e o louvor de Deus.
Deve tomar-se sempre cuidado para que a música não predomine sobre o canto, ou sirva mais de distracção que de edificação para as crianças; é preciso que corresponda à necessidade de cada momento em que se faz uso da música durante a missa.
Com as mesmas cautelas, com a devida seriedade e peculiar prudência, a música reproduzida por meios técnicos também pode ser adoptada nas missas para crianças, conforme as normas estabelecidas pelas Conferências dos Episcopais.

OS GESTOS
33. É necessário, nas missas com crianças, fomentar com diligência a sua participação por meio dos gestos e das atitudes corporais, segundo a sua idade e os costumes locais. Isto é recomendado pela própria natureza da liturgia, como acção de toda a pessoa humana, e também pela psicologia infantil. Têm grande importância não só as atitudes e os gestos do sacerdote, mas também, e mais ainda, a forma como se comportar o grupo de crianças no seu conjunto.
Se a Conferência Episcopal adaptar ao particular de cada povo, segundo a norma da Instituição Geral do Missal Romano, os gestos que são feitos na Missa, que leve em conta também a situação especial das crianças ou determine as adaptações feitas só para elas.
34. Entre os gestos, merecem menção especial as procissões e outras acções que implicam a participação do corpo.
A entrada processional do sacerdote juntamente com as crianças pode ser útil para fazê-las sentir melhor o vínculo de comunhão que então se estabelece; a participação, ao menos de algumas crianças, na procissão do Evangelho, torna mais significativa a presença de Cristo que proclama a Palavra ao seu povo; a procissão das crianças com o cálice e as oferendas expressa melhor o sentido da preparação dos dons; a procissão da comunhão, bem organizada, ajudará a aumentar a piedade das crianças.

ELEMENTOS VISUAIS
35. A própria liturgia da missa contém muitos elementos visuais a que se deve dar grande importância nas celebrações para crianças. Merecem especial menção certos elementos visuais próprios dos diversos tempos do ano litúrgico, por exemplo: a adoração da cruz, o círio pascal, as velas na festa da Apresentação do Senhor, a variação de cores e ornamentações litúrgicas.
Além destes elementos visuais próprios da celebração e do seu ambiente, introduzam-se, oportunamente, outros que ajudem as crianças a contemplar as maravilhas de Deus na criação e na redenção e sustentem visualmente a sua oração.
Nunca a liturgia deverá aparecer como algo árido e somente intelectual.
36. Por esta mesma razão, pode ser útil o emprego de imagens preparadas pelas próprias crianças, como, por exemplo, para ilustrar a homilia, as intenções da oração dos fiéis ou para inspirar a meditação.

O SILÊNCIO
37. Também nas missas para crianças, o silêncio, como parte da celebração, há-de ser guardado a seu tempo", para que não se atribua parte excessiva à actividade externa; pois as crianças também, a seu modo, são realmente capazes de fazer meditação. Contudo, necessitam ser guiadas convenientemente a fim de que aprendam, de acordo com os diversos momentos (por exemplo, depois da comunhão e depois da homilia), a concentrar-se em si mesmas, meditar brevemente, ou a louvar e rezar a Deus no seu coração.
Além disso, deve procurar-se — precisamente com mais cuidado que nas missas com adultos — que os textos litúrgicos sejam proclamados sem precipitação, em forma clara e com as devidas pausas.

AS PARTES DA MISSA
38. Respeitando sempre a estrutura geral da missa, que "consta de certa maneira de duas partes, a saber: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística, e também de alguns ritos que iniciam e concluem a celebração", dentro das diversas partes da celebração parecem necessárias as seguintes adaptações para que as crianças realmente, "por meio dos ritos e das orações", segundo as leis da psicologia da infância, experimentem, à sua maneira, "o mistério da fé".
39. A fim de que a missa para crianças não seja demasiadamente diferente da missa com adultos, alguns ritos e textos nunca devem ser adaptados às crianças, como "as aclamações e respostas dos fiéis às saudações do sacerdote", o Pai nosso, a fórmula trinitária na bênção final com que o sacerdote conclui a missa. Recomenda-se que paulatinamente as crianças se vão acostumando ao Símbolo Niceno-Constantinopolitano, além do uso do Símbolo dos Apóstolos (vide nº. 49).

  a) Ritos iniciais
40. Uma vez que o rito inicial da missa tem por finalidade "que os fiéis reunidos constituam uma comunidade e se disponham a ouvir atentamente a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a Eucaristia  deve procurar-se suscitar estas disposições nas crianças, evitando-se a dispersão na multiplicidade dos ritos propostos.
Por isso, é perfeitamente permitido omitir um ou outro elemento do rito inicial, ou talvez desenvolver mais um deles. Porém sempre haja pelo menos um elemento introdutório que seja concluído pela colecta. Na escolha, cuide-se que cada elemento apareça a seu tempo e nenhum seja sempre desprezado.

 b) Proclamação e explicação da Palavra de Deus
 41. Como as leituras da Sagrada Escritura constituem "a parte principal da liturgia da Palavra", nunca pode faltar a leitura da Bíblia mesmo nas missas para crianças.
42. Em relação ao número das leituras para os domingos e dias de festa, devem ser observadas as normas dadas pelas Conferências Episcopais. Se as três ou as duas leituras previstas para os domingos ou dias da semana não podem, senão com dificuldade, ser compreendidas pelas crianças, convém ler somente duas ou uma delas; entretanto, nunca falte a leitura do Evangelho.
43. Se todas as leituras determinadas para o dia não forem adequadas à compreensão das crianças, é permitido escolher as leituras, quer a leitura seja do Leccionário do Missal Romano, quer seja directamente da Bíblia, mas levando-se em conta os diversos tempos litúrgicos. Recomenda-se, porém, às Conferências Episcopais que elaborem leccionários próprios para as missas com crianças.
       Se, por causa da capacidade das crianças, parecer necessário omitir um ou outro versículo da leitura bíblica, far-se-á com cautela e de tal maneira que "não se mutile o sentido do texto ou a mente e o estilo da Escritura''.
44. Entre os critérios de selecção dos textos bíblicos, há que se pensar mais na qualidade que na quantidade. Uma leitura breve nem sempre é por si mesma a mais adequada à capacidade das crianças do que uma leitura mais prolongada. Tudo depende da utilidade espiritual que a leitura lhes pode proporcionar.
45. Evitem-se as paráfrases da Sagrada Escritura uma vez que no próprio texto bíblico "Deus fala a seu povo... e o próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis". Recomenda-se, entretanto, o uso de versões talvez existentes para a catequese das crianças e que tenham sido aprovadas pela autoridade competente.
46. Entre uma leitura e outra devem cantar-se alguns versículos de salmos escolhidos cuidadosamente para a melhor compreensão das crianças, ou um canto ao estilo dos salmos, ou o "Aleluia" com um verso simples. Porém as crianças devem tomar sempre parte nestes cantos. Nada impede que um silêncio meditativo substitua o canto.
  Se for escolhida somente uma única leitura, o canto poderá ser executado depois da homilia.
47. Grande importância merecem os diversos elementos que servem para a melhor compreensão das leituras bíblicas, a fim de que as crianças possam assimilá-las e compreendam, cada vez melhor, a dignidade da Palavra de Deus.
Entre estes elementos estão as monições que precedem as leituras e dispõem as crianças para ouvir atenta e frutuosamente, seja explicando o contexto, seja conduzindo ao próprio texto. Se a missa é do santo do dia, para a compreensão e ilustração das leituras da Sagrada Escritura, pode narrar-se algo referente à vida do santo não só na homilia, como também nas monições antes das leituras bíblicas.
Quando o texto da leitura assim o permitir, pode ser útil distribuir entre várias crianças as suas diversas partes, tal como se costuma fazer para a proclamação da paixão do Senhor na semana santa.
48. Em todas as missas com crianças deve dar-se grande importância à homilia, pela qual se explica a Palavra de Deus. A homilia destinada às crianças pode realizar-se, algumas vezes, em forma de diálogo com elas, a não ser que se prefira que escutem em silêncio.
49. Quando no final da Liturgia da Palavra se recita o credo, pode empregar-se com as crianças o Símbolo dos Apóstolos, posto que faz parte de sua formação catequética. 

 c ) Orações presidenciais
50. Para que as crianças possam realmente associar-se ao celebrante nas orações presidenciais, o sacerdote pode escolher os textos mais aptos do Missal Romano, levando em conta, entretanto, o tempo litúrgico.
51. Algumas vezes não basta esta livre escolha, para que as crianças possam considerar as orações como expressão de sua própria vida e de sua experiência religiosa, pois as orações foram feitas para os fiéis adultos. Neste caso nada impede que se adapte o texto do Missal Romano às necessidades das crianças, respeitando-se, entretanto, a sua finalidade e, de certa maneira, a sua substância, e evitando-se tudo o que é estranho ao género literário de uma oração presidencial, como, por exemplo, exortações moralizantes e formas de falar demasiado pueris.
52. Na Eucaristia celebrada com as crianças, o mais importante deve ser a Oração Eucarística que é o ponto alto de toda a celebração. Muito depende da maneira como o sacerdote recita esta Oração e da forma como as crianças nela participam, escutando em silêncio e por meio de aclamações.
A própria disposição de ânimo que este ponto central da celebração requer, a tranquilidade e reverência com que tudo se executa, devem levar as crianças a manter o máximo de atenção na presença real de Cristo no altar sob as espécies do pão e do vinho, na sua oferta, na acção de graças por Ele, com Ele e nEle, e na oblação da Igreja que então se realiza e pela qual os fiéis se oferecem a si mesmos e sua vida inteira com Cristo ao Pai Eterno na unidade do Espírito Santo.
           Por enquanto, empregar-se-ão somente as quatro Orações Eucarísticas aprovadas pela autoridade suprema para as missas com adultos e introduzidas no uso litúrgico, enquanto a Sé Apostólica não dispuser outra coisa para as missas com crianças.

                  d) Ritos antes da comunhão
                 53. Terminada a Oração Eucarística, segue-se sempre o Pai nosso, a fracção do pão e o convite para a comunhão, pois estes elementos são de grande importância na estrutura desta parte da missa.

e) A comunhão e os ritos seguintes
54. Tudo deve desenrolar-se de tal maneira que as crianças já admitidas à comunhão, devidamente dispostas, com tranquilidade e recolhimento se acerquem da mesa sagrada e participem plenamente no mistério eucarístico. Se for possível, entoar-se-á um canto adequado às crianças, durante a procissão da comunhão.
 A monição que precede a bênção final é muito importante nas missas com crianças, porque elas necessitam que, antes de despedi-las, se lhes dê, em breves palavras, uma certa repetição e aplicação do que ouviram. É sobretudo neste momento que convém fazê-las compreender o nexo entre a liturgia e a vida.
Pelo menos algumas vezes, por ocasião dos tempos litúrgicos e em certos momentos da vida das crianças, o sacerdote utilizará as formas mais ricas de bênção, porém conservando sempre a fórmula trinitária com o sinal da cruz no fim.
55. Tudo o que contém este Directório visa a que as crianças, celebrando a Eucaristia  sem dificuldade e com alegria, possam ir unidas ao encontro do Cristo e estar com ele diante do Pai. E assim formadas pela participação consciente e activa no sacrifício e no banquete eucarístico, aprendam cada vez mais a anunciar o Cristo dentro e fora de sua casa, entre os seus familiares e companheiros, vivendo a fé que "opera pela caridade".

Este Directório, preparado pela Sagrada Congregação para o Culto Divino, foi aprovado e confirmado no dia 22 de Outubro de 1973 pelo Sumo Pontífice Paulo VI que ordenou sua publicação.
Da sede da Sagrada Congregação para o Culto Divino, 1º de Novembro de 1973, solenidade de Todos os Santos.
Por especial mandato do Sumo Pontífice
JEAN CARDEAL VILLOT - Secretário de Estado
† A. BUGNINI - Arcebispo de Diocleciana
Secretário da S. C. para o Culto Divino