quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mártires da Coreia

Mártires da Coreia


Ansiosos por uma partilha sempre maior da Fé cristã, os vossos antepassados enviaram um dos seus, em 1784, a Pequim, onde foi baptizado. Desta boa semente nasceu a primeira comunidade cristã na Coreia, uma comunidade única na história da Igreja, pelo facto de que foi fundada inteiramente por leigos. Esta Igreja a dar os primeiros passos, tão jovem e mesmo assim tão forte na Fé, ergueu-se nas ondas sucessivas de cruéis perseguições. Deste modo, em menos de um século, podia já vangloriar-se de uns dez mil mártires. Os anos de 1791, 1801, 1827, 1839, 1846 e 1866 estão para sempre marcados com o sagrado sangue dos mártires e gravados nos vossos corações” – da homilia de Sua Santidade João Paulo II, na cerimónia de canonização de André Kim, Paulo Chong e 101 companheiros, a 6 de Maio de 1984, na cidade de Seul, na Coreia.
Desde que Jesus enviou os seus discípulos irem por todo o mundo, anunciando o Evangelho, para que as gentes de todas nações possam converter-se e receber o Baptismo, é isso mesmo que tem acontecido.
Excepto na Coreia.
Na Coreia aconteceu quase tudo ao contrário. Não houve missionários para anunciar o Evangelho. Essa tarefa foi confiada à acção do Espírito Santo e de alguns homens de coração aberto e generoso, ansiosos por encontrar Deus.
O coreano Lee Sung-hoon leva, mais ou menos por aços, da China para a Coreia, alguns livros sobre o cristianismo. Os académicos coreanos fazem então a comparação entre os preceitos cristãos e os do confucionismo ou do neo-confucionismo, que era a religião/filosofia tradicionais da Coreia. Lee Sung-hoon, de volta à China, pede e recebe, o baptismo, em Pequim. Ao aperceberem-se da generosidade que Jesus anuncia e de que dá testemunho, da sua promessa do Reino dos Céus, os académicos coreanos apaixonam-se de tal maneira pelo cristianismo, melhor, pela pessoa de Jesus Cristo Senhor, que espontaneamente começam a falar às pessoas desta religião, desta fé. A Igreja na Coreia começa assim a edificar-se, de uma forma bastante incaracterística. Os que estudam os livros catequizam os outros. Os que acreditam, são baptizados. As práticas religiosas tradicionais, como o culto dos antepassados, são postas de parte. Tentam viver em comunidade, quase como os primeiros cristãos, conforme vem relatado no livro dos Actos dos Apóstolos. Escrevem livros sobre a Fé cristã em alfabeto coreano. Quando as autoridades se apercebem do movimento subversivo, iniciam-se as perseguições. A razão para estas perseguições é idêntica à dos Romanos: o medo do que é diferente, o receio dos efeitos de que qualquer inovação possa colidir com os interesses da classe política e social dominante. Pelo seu lado, os fiéis coreanos pedem sacerdotes às Missões estabelecidas na China e depois directamente ao Vaticano. Mas, por razões várias, os missionários tardam. Ou adoecem, ou são impedidos de entrar no país, cujos governantes não estão dispostos a ter contemplações com os cristãos, querem simplesmente que aquela raça de gente com filosofias estranhas desapareça. A expansão, entretanto, atinge uma tal dimensão que, quando os primeiros missionários chegam, encontram uma comunidade composta já por muitos milhares de cristãos. Em simultâneo com a conversão e a devoção dos coreanos, sucedem-se as perseguições levadas a cabo pelas autoridades. São dezenas de milhares de coreanos – é difícil fazer uma ideia dos números certos – aqueles que sofrem o martírio por causa do nome de Jesus. Todavia continuam a ser numa Igreja, onde quase só há leigos. A lista dos fiéis canonizados que se transcreve a seguir é somente um pequeno espelho da Fé da Igreja da Coreia, que é muito maior que o texto terá deixado perceber.

Diz o Papa João Paulo II, ainda na mesma homilia: “Os Mártires Coreanos tornaram-se testemunhas da crucificação e da ressurreição de Cristo. Através do sacrifício das suas próprias vidas, tornaram-se como Cristo, de um modo muito especial. As palavras do Apóstolo São Paulo, bem poderiam ter sido proferidas por eles: Trazemos sempre no corpo os traços da morte de Cristo, para que a vida de Cristo se possa manifestar nos nossos corpos... Estamos sempre prontos para a morte por amor a Jesus, para que a vida de Jesus se possa manifestar na nossa carne mortal(2Cor 4, 10-11)”.

Orlando de Carvalho, Os Santos de João Paulo II, Livro II, Edições Lusodidacta, Loures.

Heresias de hoje (No ano 2007?)

Em 2007 eu fazia parte do Conselho Pastoral Diocesano do Patriarcado e nessa qualidade apresentei a seguinte comunicação.
Algumas questões mantém actualidade agora em 2013. Outras eram futurismo que veio entretanto a concretizar-se.

COMUNICAÇÃO AO CONSELHO PASTORAL DIOCESANO

Estaremos certamente perto da verdade, afirmando que algumas heresias nasceram a partir de uma fé ansiosa e bem intencionada.
Porém, a fé não se alimenta apenas da intenção, mas muito particularmente do discernimento.
Aquele que já acredita carece normalmente de ajuda para fortalecer constantemente a fé e não se deixar cair na ilusão.
E é tão recorrente a parasitagem da ilusão pela tentação! Quantas vezes a ilusão enganadora não é apenas uma forma de tentação!
O anúncio da fé é tarefa recomendada por Jesus aos seus discípulos. É tarefa nossa, adquirida pelo Baptismo.
E o seu discernimento?
Deste ocupa-se em primeiro lugar a Sé Apostólica, depois os bispos, os pastores em geral, os teólogos, os catekistas, e, na adequada medida, qualquer baptizado.
Não se trata de instruir na Fé, nem de anunciar o nome de Jesus. Importa-nos agora reflectir sobre a maneira de viver a Fé de forma coerente nesta sociedade e neste tempo.
Os documentos do Magistério da Igreja não chegam à generalidade dos fiéis, nem são de fácil compreensão. Note-se, para melhor compreender esta afirmação, as diferentes interpretações que teólogos e pastores de almas fazem das mesmas frases dos documentos conciliares.
O discernimento está intimamente relacionado com a actualização da Palavra, que a Igreja deve fazer junto dos seus membros, de forma especial nas catekeses e nas homilias. Porque as exortações e as notas pastorais raramente chegam ao último elo da cadeia hierárquica, se é que lhe podemos assim chamar.
Confronto-me com fiéis, no estrito sentido da palavra de fidelidade a Nosso Senhor, com catekistas, com pessoas integradas em diversos grupos eclesiais, que na sua “boa fé” entram em caminhos de verdadeira afronta ao Evangelho e a Deus, sem disso se aperceberem.
Para esses casos, dos quais referiremos dois ou três, é fundamental que a Igreja cumpra a sua missão de ajudar a discernir, de maneira simples e muito próxima do fiel.
Não há hipótese nenhuma de confusão entre intervenção política partidária e discernimento da fé. Porque esta é uma obrigação dos cristãos. É uma obra de misericórdia “ensinar os ignorantes”.
Há um grupo de pessoas que morreram, de forma mais ou menos natural, não se excluindo a hipótese de assassínio político ou assassínio para experimentação dita científica, na China.
Os corpos dessas pessoas foram semimumificados e esculpidos, como se se tratasse de matéria prima para arte: madeira, barro, plástico. Os corpos foram rasgados, distorcidos, pintados e corados, de forma a obter-se um efeito pretensamente estético (só pretensamente, pois Belo é um dos nomes de Deus). Foram organizadas exposições por todo o mundo (infelizmente também na minha querida Faculdade de Ciências), apresentando o evento, ora como de carácter científico, ora de carácter estético, ou simplesmente cultural, cuja única razão para alguém não visitar é a fraqueza de espírito ou a sensibilidade, ambas tão old-fashioned.
E muitos cristãos, que muitas vezes agem como pessoas bem esclarecidas, estão a embarcar neste atentado à dignidade humana e nessa ofensa ao Autor da Criação, pela falta de respeito daquela a que chamamos obra-prima da Criação.
É preciso esclarecer os cristãos, é necessário que os nossos irmãos tenham plena consciência do que se passa para não serem enganados. E o enganador tem nome, a Bíblia dá-lhe nome e identifica-o.
São muitas infelizmente as situações que confundem as pessoas, cristãos e não cristãos, e lhes causam perplexidade. Porque pessoas mal intencionadas propositadamente provocam essas confusões.
Podíamos recordar a confusão gerada em torno da questão de matar ou não matar bebés, falando da dignidade da mulher, do direito da mulher a dispor do seu corpo e outras mentiras que desviaram a atenção do essencial.
Agora é o Bloco de Esquerda que propõe à Assembleia da República o divórcio na hora, a pedido de um dos cônjuges e sem que o outro possa contestar. É o direito de não obrigar as pessoas a manterem-se casadas, a suportar alguém de quem até já não gostam, apenas porque a moral judaico-cristã está a vergar e a escravizar o nosso bom povo, ainda herança do fascismo.
Pois, parece um disparate, mas também parecia a questão do aborto e pode parecer a legalização da homossexualidade, conferindo-lhe estatuto político e social idêntico ao casamento (lá está outra praga legada pela cultura judaico-cristã).
A mesma organização que conseguiu ilegalizar os crucifixos e as imagens religiosas das escolas, veio com a mesma argumentação fazer a mesma exigência em relação aos hospitais! E para pôr ponto final nessa questão exigem que o Estado deixe de pagar salário aos capelães e seja negado aos sacerdotes o livre acesso aos doentes internados.
Mais ou menos todos estamos conscientes destas desgraças que estão a ocorrer neste Portugal onde, como Nossa Senhora prometeu em Fátima, a fé nunca acabará.
Mas pareceu-me urgente deixar aqui o seguinte registo: Cabe à Igreja, através daqueles que são reconhecidos pelos fiéis como seus pastores ou guias, esclarecer e informar acerca destas questões. Com verdade, porque as pessoas estão a ser enganadas e confundidas.
Recentemente, nos Jerónimos, o Senhor Patriarca recordou a necessidade de todos nós, leigos, ministros ordenados e religiosos intervirmos na sociedade, cada um de acordo com o seu meio e grau de inserção na comunidade, evangelizando-a com as nossas próprias vidas e influenciando-a de acordo com as nossas capacidades. Mas não é disso que eu falo.

Ou nos organizamos para, de cima para baixo, porque se trata de uma questão de Magistério, prepararmos e formarmos as pessoas, de maneira especial os cristãos, para não se deixarem seduzir pelas mentiras com que lhes acenam, ou serão os próprios cristãos a darem força democrática a tais obscenidades, em muitos casos por ignorância e por má gestão nossa dos talentos que nos foram confiados.

Orlando de Carvalho

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Proposta para Missa de Abertura da Catekese

Proposta para a Missa de Início de Ano Catekético (Abertura da Catekese)

A proposta que fazemos baseia-se no itinerário catekético.
São 10 anos de catekese e, em cada um, há um tema em torno do qual gira a apresentação da mensagem e o modo de vivência e que se relaciona com a festa desse catecismo.

Entendemos que se pode fazer a apresentação desse tema logo na missa que marca o início das actividades catekéticas do ano pastoral, encarando-o como um dom do Espírito Santo e relacionando-o com as palavras que nos têm sido dirigidas pelo Santo Padre Francisco.

O modo concreto de realizar a proposta que apresento deve variar em função das condições existentes em cada paróquia, igreja, que deseje adoptá-la e da própria situação da catekese, que pode por exemplo não ter em acção todos os dez catecismos. É bom que a imaginação dos catekistas em cada paróquia ajude a enriquecer a proposta.

Trabalho a realizar pela equipa de cada catecismo (catekistas, que terão ou não a colaboração dos pais, a participação dos catekizandos, e a inter-colaboração dos catekistas dos vários catecismos).

Um cartaz ou painel, sendo que os vários dispositivos ficarão dispostos ao longo das paredes da igreja ou junto dos elementos desse catecismo.

Cada cartaz terá a indicação do tema do catecismo. E de uma frase do Papa Francisco relacionada com esse tema. Indica-se em que ocasião foi dita ou escrita, mas isso não é necessário no cartaz, até pode complicar. E se necessário a expressão que tema e frase tomam como dom do Espírito Santo. Haverá ainda uma imagem do Papa. A frase e o fotografia do Papa Francisco devem ajudar a actualizar e a melhor compreender a doutrina implícita no tema do catecismo e o dom do Espírito Santo que ela implica.



1º Catecismo
Tema: Acolhimento

O Papa disse, na homilia em que distribuiu a Primeira Comunhão a crianças, numa paróquia de Roma, a 27 de Maio de 2013:

Jesus dá-nos a força para caminhar.

A comunidade, ao acolher as crianças que chegam de novo à catekese, roga a Jesus força para caminhar com estas crianças.

O dom do Espírito Santo em destaque é esta força para o caminho que são todos os anos de catekese.




2º Catecismo
Tema: Oração

Logo após a sua eleição pelo Colégio de Cardeais, no dia 13 de Maio de 2013, o Papa veio à janela mostrar-se aos romanos, à Igreja e ao mundo. As suas palavras, que viriam a tornar-se um hábito nos seus encontros com quase toda a gente, caíram muito fundo no coração de todos:

Peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim.

Mas, em alternativa, há uma outra frase do Papa Francisco que pode ser usada. Ele disse-a em Copacabana, ao falar aos jovens, na Vigília de Oração, no dia 27 de Julho de 2013.

Perguntem a Jesus, falem com Jesus.

Saber orar, ser capaz de orar, entender a essência da oração é um dom do Espírito Santo. Quando se pede a alguém que reza por si, que interceda por si junto de Deus, em oração, é porque se tem o dom de acreditar na oração e no seu poder. A segunda frase acaba por ser um modo de definir oração: um diálogo com Jesus. É um talento concedido por Deus ter esta noção de poder dialogar com Ele e conseguir ser parte nesse diálogo.




3º Catecismo
Tema: Eucaristia

A frase do Papa escolhida para este catecismo é retirada da homilia proferida na Solenidade do Corpo de Deus, neste ano 2013.

Jesus entrega-se a nós na Eucaristia

A Eucaristia é um dom do Espírito Santo. O sacerdote ora pedindo que o Espírito Santo desça sobre o pão e o vinho que estão sobre o altar para que estas espécies se convertam para nós homens no Corpo e Sangue de Jesus. Porém é Jesus que Se nos entrega. Entregou na Ceia memorável por sua vontade e continua a entregar, satisfazendo o nosso desejo de o acolher, pela acção do Espírito Santo.

4º Catecismo
Tema: Palavra de Deus

Da homilia que o Papa Francisco proferiu no dia 22 de Junho de 2013, retirámos uma frase que encorajam o acolhimento da Palavra, alertando para o que se lhe opõe.


As riquezas e as preocupações do mundo "sufocam a Palavra de Deus"

Conhecer Deus através da escuta da sua Palavra é um dos nossos maiores bens. Todavia, somos nós mesmos que descuramos esta escuta, tão ocupados estamos com as riquezas e preocupações deste mundo, e acabamos por a sufocar, a calar e matar, impedindo-a de entrar no nosso coração. A Palavra é um dom que só recebemos se estivermos dispostos a abrir-lhe o nosso coração e a recebê-lo dignamente, deixando para trás o que nos afasta dele.

5º Catecismo
Tema: Credo

Proferido na Audiência Geral, na Praça de São Pedro, a 17 de Abril de 2013:

A entrada na glória de Deus exige a fidelidade diária à sua vontade

Para entrra na glória de Deus é necessário ser-Lhe fiel e para Lhe ser fiel é necessário acreditar, confiar no Senhor.

A confiança em Deus é um dom do Espírito Santo, pois quem poderia confiar em Deus por si só, sem ajuda divina?

6º Catecismo
Tema: Profissão de Fé

No Ano da Fé faz muito sentido citar a Encíclica Sobre a Fé:

A fé ilumina-nos

Este dom que o Senhor nos concede confere sentido à vida dos que crêem. A fé introduz num estado de alegria e de felicidade e dá sentido à existência. Sem a fé, a existência não tem qualquer sentido, não passa de uma efeméride.

7º Catecismo
Tema: Bem-aventuranças

O Sermão da Montanha completa e complementa o Decálogo. Os Dez Mandamentos são um normativo para atingir a felicidade e convivência para Deus, indicam o modo de viver junto a Deus, listando aquilo que afasta de Deus. O Sermão da Montanha e as Bem-aventuranças que Jesus então ensinou vão mais além e são muito mais exigentes, porque indicam explicitamente uma lista de obrigações que deve realizar quem quiser ir mais além na sua intimidade com Deus.

O Papa Francisco expôs muito claramente esta ideia no seu discurso na visita à Comunidade da Varginha (Manguinhos), no Rio de Janeiro, a 25 de Julho de 2013.

Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem

Praticar as Bem-aventuranças é tomar a iniciativa de fazer o bem, realizando as Obras de Misericórdia. É o Espírito Santo que nos permite fazer o bem, que nos dá a graça de sermos generosos a ponto de realizar o bem.

8º Catecismo
Tema: Festa da Vida

Rezamos no Credo que o Espírito Santo é o Senhor da Vida. Fiquemos gratos por este dom que recebemos tantas vezes e de modos tão diversos: a Vida.

Ainda lendo a Encíclica Sobre a Fé, recebemos o ensinamento do Papa Francisco de que

No centro da nossa vida eclesial e pessoal está o primado de Deus em Cristo

Há pois que estimar este dom que recebemos, porque sendo nosso está centrado em Deus e na pessoa de Jesus Cristo. Mais, isto é válido tanto para a nossa vida pessoal como para a vida da comunidade de fiéis.

9º Catecismo
Tema: Compromisso

O Papa Francisco falando aos seminaristas, noviços e noviças, a 7 de Julho de 2013, sobre o seu desejo de que a Igreja seja missionária, afirmou:

Não tenhais medo de sair e caminhar contracorrente.

O compromisso com Deus implica ficar em oposição ao mau, à maldade, à iniquidade, `mesmo e principalmente quando eles são a moda ou a maioria. Implica remar contra as maiorias e contra as modas, ser apontado a dedo. O Papa pede para não termos medo de assumir a nossa opção por Deus e o Espírito Santo dá-nos a coragem e sabedoria para o fazermos.

10º Catecismo
Tema: Crisma

O Crisma é o sacramento em que é derramado sobre nós o mesmo fogo que o Espírito Santo fez descer sobre os Apóstolos no dia de Pentecostes. Assim, escolhemos algo que o Papa disse na homilia da missa do Dia de Pentecostes de 2013.

O Espírito Santo é a alma da missão

Já não é apenas de um dom do Espírito Santo que falamos, mas do próprio Dom, o Espírito Santo que vem habitar em nós e nos lança na missão do Anúncio do Evangelho.

Catekistas

Permitimo-nos sugerir que também os catekistas apresentem o seu cartaz ou painel, um cartaz de compromisso com o seu ministério e com a comunidade.

Durante o discurso aos jovens na Vigília, em Copacabana a 27 de Julho de 2013, o Papa Francisco disse:

E não construam uma capelinha, onde cabe somente um grupinho de pessoas. Jesus pede-nos que a sua Igreja viva seja tão grande
que possa acolher toda a humanidade, que seja casa para todos!

É o dom da comunhão, o dom da Igreja, da co-habitação com Jesus Cristo na sua Igreja

Alegria

Sobraram duas das frases que tínhamos seleccionado e que indicamos a seguir, talvez alguém prefira usá-las em substituição de alguma de que goste menos. São as duas sobre a Alegria, dom que tem tudo a ver com a catekese.

A verdadeira alegria é seguir a Cristo e servir aos demais
Disse o Papa Francisco no seu discurso durante a visita ao Hospital de São Francisco de Assis na Providência de Deus, no Rio de Janeiro a 24 de Julho de 2013.

Disse também, no mesmo dia durante a homilia no Santuário de Nossa Senhora Aparecida:


O cristão é alegre, nunca está triste.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Os dias de Maria

Em 1854, o Papa Pio IX definiu o Dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
Já desde 1477 se celebrava a festa da Imaculada Conceição no dia 8 de Dezembro.
Há registos de que já no século VIII os cristãos dedicavam à Imaculada Conceição da Virgem Maria o dia 8 de Dezembro.
A celebração litúrgica da Imaculada Conceição refere-se à concepção carnal da Mãe de Deus pelos seus pais, Ana e Joaquim. Esta concepção é definida desde 1854 como tendo a particularidade de o bebé gerado não estar atingido pelo pecado original. Por isso se diz que a concepção da Virgem Maria é imaculada (sem pecado original).
Até há poucos anos, o dia 8 de Dezembro, tão especialmente dedicado à Mãe de Deus, era também o escolhido para festejar o Dia da Mãe, em Portugal. E isso era tão levado tão a sério pelos portugueses que esse era o dia do ano em que se vendiam mais chocolates.



Outro dia de Maria é 8 de Setembro: 9 meses após a concepção, Ana deu à luz uma menina, a quem os pais deram o nome de Maria.
No hemisfério Norte, em especial em Portugal, este é um dia de festa em muitas terras, uma vez que, ao contrário do 8 de Dezembro, ocorre no Verão, geralmente há bom tempo e é propício organizar festas e arraiais, procissões e missas campais com muito povo.

O Natal celebrado a 25 de Dezembro é mais um dia de Maria, o dia do seu parto virginal: de Maria nasceu Jesus, por uma Virgem nos veio o Salvador do mundo.

Se o parto de Jesus se celebra a 25 de Dezembro, então devemos celebrar a sua concepção - quando da Anunciação do Anjo Gabriel e do Sim de Maria - 9 meses antes. A 25 de Março celebramos a festa da Anunciação do Senhor, por Gabriel à Virgem.

A Visitação de Maria a Isabel celebra-se no dia 31 de Maio. Festa antiga, foi estabelecida nesta data para se harmonizar com as celebrações da Anunciação (25 de Março) e do Nascimento de João Baptista (24 de Junho), por Paulo VI, em 1969, ficando assim, as três celebrações estabelecidas numa ordem cronológica lógica.

Depois da sua vida na terra, Jesus quis que sua Mãe fosse alvo de uma distinção divina especial, sendo elevada aos Céus, sem passar o mesmo que os outros humanos, incluindo o próprio Jesus, têm de passar.
Este gesto de amor filial é celebrado no dia 15 de Agosto. Maria foi assumpta (elevada) ao Céu, daí o nome de Assunção de Nossa Senhora e o título de Maria, Nossa Senhora da Assunção.

Esquife em que a imagem de Nossa Senhora adormecida participava na procissão da Solenidade de Nossa Senhora da Assumpção

Esta é a solenidade que hoje a Igreja celebra com honra de dia santo de guarda, dignidade idêntica à do Dia do Senhor, o Domingo.

Outros dias de Maria têm surgido ao longo dos tempos.
12 de Dezembro - Nossa Senhora de Guadalupe, México
12 de Fevereiro - Nossa Senhora de Lurdes, França
27 Novembro - Nossa Senhora das Graças, Rua du Bac, Paris
13 de Maio - Nossa Senhora de Fátima

domingo, 4 de agosto de 2013

Há razões de esperança

A vitória é sempre do Senhor.
Por maiores que sejam as ilusões, as mentiras ou a ignorância, sabemos que a vitória pertence a Deus, não apenas a vitória final, mas a vitória em cada momento.
Recordamos o pretório, a coroa de espinhos, o calvário e somos tentados a pensar que as primeiras vitórias foram do demónio que enchia o coração daqueles homens, mas a realidade é outra. A vitória esteve sempre do lado de Jesus porque Ele se manteve fiel e justo. O desalento que tocou os seus discípulos (a Ele também?), não contraria este facto.



Nos dias de hoje, a vitória continua a ser, como foi e como será para sempre, de Deus.

Este Domingo de manhã fui ao Hospital levar a Comunhão a alguns doentes. Muito poucos, se calcularmos o número dos comungantes em relação ao número de internados. Mas... nesta aparente derrota, há razões para nos alegrarmos.
O ambiente hospitalar, nalguns casos não é favorável - é mesmo desfavorável - à assistência religiosa católica. Quiçá a boa vontade da maioria dos profissionais de saúde, as estruturas estão muitas vezes dominadas por interesses políticos, maçónicos e pela indiferença.
Mas que maravilha, entrar nas alas de internados, com Nosso Senhor para distribuir aos irmãos, e ouvir o som estereofónico das televisões, em todos ou quase todos os quartos, a transmitir a missa. 

Deus está ali. 



Ao lado dos doentes que comungam, os que não comungam estão geralmente com respeito e atenção e muitos participam respondendo durante a celebração, rezando o Pai Nosso, fazendo o Sinal da Cruz.

Cabe-nos muitas vezes ajudar os irmãos a darem um pequeno passo ao encontro do Senhor.