sábado, 15 de fevereiro de 2014

Bíblia e cultura


Os judeus sabem tradicionalmente, desde há milénios, os 150 salmos de cor, o texto e o sentido, recitando-os em modo de oração consoante o seu sentimento e a oportunidade.
Aprendem-nos quando ainda são muito jovens (Lc 2,46: Volvidos três dias, encontraram-nO no Templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Lc 2, 52: E Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.). E guardam-nos até à morte (Mc 15,34; Sl 22,2: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste).
Esta é seguramente uma das razões porque os judeus se distinguiram aos longo da História pela sua inteligência. Por uma questão religiosa, foram obrigados a aprender cedo a ler, a memorizar e a cogitar.

Fico muito triste quando estou nos encontros de catekese e verifico que crianças do 3º e 4º anos de escolaridade não sabem ler. Quantas vezes, os próprios pais têm dificuldade.

A leitura é um vício ou um hábito que não existe na nossa sociedade e se extingue cada dia. Pede-se a alguém que faça uma leitura na catekese, ou na missa, e são tantas as vezes que sai asneira, ou não sai mesmo nada.

Este divórcio de uma aprendizagem das letras está directamente relacionado com um desenvolvimento intelectual inferior.

Questiono-me com muita frequência: sou catekista, devia ajudar esta pessoa a ler melhor, para ler a Bíblia e para tirar maior proveito do progresso que a humanidade vive. Mas não é fácil abordar alguém e dizer-lhe para aprender a ler, ou que o filho precisa de aprender a ler melhor. E mesmo que a pessoa aceite, na prática vai continuar divorciada.

Este é um desafio importante que se coloca a todos os evangelizadores. Um desafio a que os jesuítas deram uma boa resposta nas Reduções da América do Sul, mas a que hoje temos dificuldade em sequer reconhecer o problema. Isto enquadra-se na problemática da Nova Evangelização.


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